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Cuca vê seleção brasileira distante: "era candidato, mas hoje não sou mais"

Cuca, técnico do Atlético-MG - Fernando Moreno/AGIF
Cuca, técnico do Atlético-MG Imagem: Fernando Moreno/AGIF

Do UOL, em Belo Horizonte

29/09/2022 00h57

Cuca deixou o Atlético-MG no fim de 2021 na crista da onda, com os títulos do Campeonato Mineiro, da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro. O nome do treinador é cotado como um dos possíveis substitutos para Tite, que vai deixar o comando da seleção brasileiro depois da Copa do Mundo de 2022. Mas menos de um ano depois o cenário mudou completamente.

Cuca retornou à Cidade do Galo com a missão de salvar a temporada atleticana, mas não conseguiu. Foi eliminado na Copa Libertadores e no Brasileirão venceu apenas dois dos noves jogos disputados. Após a derrota para o Palmeiras, nessa quarta-feira (28), por 1 a 0, pela 28ª rodada, no Mineirão, Cuca foi sincero ao dizer que hoje não é mais um dos nomes para comandar a seleção a partir de janeiro.

A explicação, como não poderia ser diferente, está relacionada ao momento do Atlético. Dono de uma das maiores folhas salariais do país, o Galo patina no Brasileirão e corre risco de não jogar a Libertadores em 2023, ano que marca a inauguração da Arena MRV.

"Em 2021 era um dos candidatos a ser treinador da seleção. Hoje não sou mais, por causa deles (jogadores). Mas eu era candidato por causa deles (jogadores) também. Então não posso reclamar. A gente está no barco junto. Vamos seguir juntos ou vamos afundar juntos, eu não largo não. Depois, se os números não estiverem bons é natural ter a troca", comentou Cuca ao ser questionado se tinha a possibilidade de entregar o cargo caso necessário.

Já sobre o jogo, o sexto consecutivo no Brasileirão sem vitória no Mineirão, Cuca voltou a elogiar o Atlético, assim como fez em jogos anteriores. "Dói empatar o primeiro tempo assim", disse Cuca, lamentando as chances perdidas pelo Galo. "Se faz o primeiro, você também faz o segundo e o terceiro, pois o jogo estaria à nossa feição", completou Cuca, que venceu apenas duas vezes em 11 partidas desde que voltou ao Atlético.

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O que fazer

"É continuar trabalhando, sábado tem mais. É contar com alguns jogadores que fizeram falta hoje, e dar chances a outros. Quando está assim, tem que continuar mudando".

O time não joga mal

"Você não consegue vir aqui e falar mal do time, que é ruim ou que jogou mal. Mas não está ganhando, está perdendo. Meus números são ruins, então você tem toda a razão e questionar o trabalho. Se eu vir aqui e achar culpados, vai ser pior. Tenho que resolver internamente e tenho muitas coisas para resolver. Graças a Deus que daqui a dois dias já tem jogo. Quem sabe no sábado a gente faça diferente, pelo menos no resultado. Um jogo bom, como foi no primeiro e ganhar no sábado. É o que nós temos que fazer".

Sem colocar fogo em Roma

"É um momento muito ruim e delicado que a gente vive, mas não podemos fazer uma catástrofe, pois a gente pode piorar. Nós somos os atuais campeões do Brasileiro, da Copa do Brasil e do Mineiro. Se contar com os dois títulos deste ano (Mineiro e Supercopa) são cinco títulos em um ano e meio. Nenhum time do Brasil ganhou cinco títulos nesse período. Então não pode por fogo em Roma, e achar que nada presta, que tem que trocar tudo. Esses caras já mostraram a valia deles. Não tem nenhum jogador contente, não tem nenhum jogador feliz. Outro dia pegaram um jogador que saiu, mas era 20h30 e estava com a família. Mas a torcida está tão p da vida que quer achar uma razão. Para o torcedor que estou falando isso: é um ano ruim para o Galo, mas já tiveram anos piores. E cabe ao Rodrigo, ao Cuca, ao presidente e aos 4 R's saber tirar lições para o futuro. Saber o que tem de ser melhorado para o ano que vem, que tem inauguração do estádio. Não fazer uma catástrofe, não vai ser campeão, mas terminar o ano da melhor maneira possível. Aí sim vai entrar o trabalho de quem precisa para corrigir os erros deste ano".

Volta da confiança

"Sempre os jogadores mais experientes têm essa responsabilidade, mas às vezes não conseguem. Querem tanto ajudar, mas não conseguem. Temos esses jogadores com essa liderança natural, mas também não estão conseguir render o que já renderam. Se trata sim, num português bem claro, que é colocar a bola para dentro da casinha. Aí a confiança volta"

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