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Zé Trovão desobedece STF e posta nas redes pedido de atos contra Petrobras

26.out.2021 - Bolsonarista e caminhoneiro Marcos Antonio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão - Reprodução/Redes Sociais
26.out.2021 - Bolsonarista e caminhoneiro Marcos Antonio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Colaboração para o UOL, em Brasília

20/06/2022 16h38

O ativista bolsonarista Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, descumpriu proibição do STF (Supremo Tribunal Federal) de fazer publicações em redes sociais e divulgou vídeo em que defende o presidente Jair Bolsonaro (PL) e pede que atos contra os aumentos nos preços dos combustíveis pela Petrobras sejam realizados a partir da próxima segunda-feira (27). Apesar de se apresentar como porta-voz de caminhoneiros, o ativista é desconhecido por líderes da categoria.

"Bolsonaro tem feito tudo o que pode para conseguir viabilizar o transporte brasileiro. E a Petrobras, com esse golpe que quer dar em cima de Bolsonaro, está construindo uma maneira para que fique inviável para que os caminhoneiros trabalhem", disse em vídeo publicado em seu perfil no Telegram. "Vou pedir para que os caminhoneiros esperem, e na segunda-feira, dia 27, vamos todos para frente das refinarias e da Petrobras. É dessa maneira que nós vamos alcançar os objetivos", afirmou.

O ativista afirma que 25% de desconto no óleo diesel e 15% na gasolina e no etanol são algumas das reivindicações da classe. "Se isso não acontecer, na semana que vem a gente vai fazer uma coisa organizada", disse Zé Trovão.

Alvo de processo no STF por ter incitado atos com pautas antidemocráticas no ano passado, Zé Trovão teve, em fevereiro deste ano, sua prisão domiciliar revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, que manteve a imposição do uso de tornozeleira eletrônica.

Segundo a determinação, Zé Trovão está proibido de usar redes sociais. "Verifica-se que as circunstâncias fáticas que motivaram a necessidade de decretação das prisões domiciliares já não se mantêm, constando dos autos que os investigados vêm cumprindo regularmente todas as medidas cautelares impostas", escreveu Moraes.

Bolsonaro X Petrobras

A manifestação de Zé Trovão se deu após uma escalada de críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PL) à Petrobras. Na última sexta-feira (17), a estatal divulgou novos aumentos nos preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras.

Após o anúncio dos novos valores, Bolsonaro defendeu a criação de uma CPI para investigar a Petrobras, seus diretores e conselheiros. "Nossa ideia é propor uma CPI para investigar a Petrobras, seus diretores e os membros do Conselho. Queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles, porque não é possível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes", disse, em entrevista à Rádio 96 FM de Natal, na última sexta (17).

Segundo o chefe do Executivo, seus aliados no Congresso devem pedir a abertura do inquérito ainda nesta segunda-feira (20). A proposta ganhou apoio também entre políticos da oposição ao governo.

"Conversei ontem com o líder da Câmara [deputado Ricardo Barros] para a gente abrir uma CPI segunda-feira. Vamos para dentro da Petrobras", disse. "É inadmissível, com uma crise mundial, a Petrobras se gabar dos lucros que tem", acrescentou.

Hoje, o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, renunciou ao cargo. Fernando Borges, diretor executivo de Exploração e Produção, assume o cargo interinamente.