Bilionários e ex-chefe do BC: quem são os maiores doadores para campanhas

A campanha eleitoral começou oficialmente na semana passada, mas já conta com a contribuição de grandes empresários e pessoas listadas no ranking de bilionários da revista Forbes.

Em 2015, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu doações de empresas a candidatos e partidos políticos. Desde então, o principal meio de financiar as candidaturas se tornou o Fundo Eleitoral, R$ 4,9 bilhões em recursos públicos para este ano. As campanhas podem também usar o Fundo Partidário, mais R$ 1,1 bilhão de dinheiro público.

Além desses fundos, as legendas apostam em doações de pessoas físicas e vaquinhas virtuais para aumentar o montante de recursos. Pessoas físicas podem fazer doações, no limite de 10% de seu rendimento no ano anterior à eleição.

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Quanto foi doado até agora? Conforme dados disponíveis no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), até a tarde de ontem (25) pessoas físicas haviam doado R$ 67,7 milhões para as campanhas.

Qual é o ranking dos 10 maiores doadores e quanto eles doaram?

1. José Salim Mattar Junior: R$ 2,8 milhões
2. Heitor Vanderlei Linden: R$ 2 milhões
3. Armínio Fraga Neto: R$ 1,3 milhão
4. Alexandre Grendene Bartelle: R$ 1,1 milhão
5. Ricardo Minatto Brandão: R$ 1 milhão
6. Rubens Ometto Silveira Mello: R$ 950 mil
7. Emival Ramos Caiado Filho: R$ 600 mil
8. Odilio Balbinotti Filho: R$ 600 mil
9. Walther Moreira Salles Junior: R$ 563 mil
10. Gerardo Rodrigues Bezerra: R$ 540 mil

Quem são os maiores doadores e para quem eles deram dinheiro?

José Salim Mattar Junior

Dono da empresa de locação de carros Localiza, Mattar é o maior doador de campanhas até o momento, segundo dados preliminares do TSE. Sozinho, o empresário R$ 2,8 milhões, distribuídos a 19 candidatos.

Ex-secretário de desestatização do governo Jair Bolsonaro, o empresário fez doações para candidatos do PL, partido pelo qual o presidente tenta a reeleição. Entre os beneficiados está o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que disputará uma vaga na Câmara por São Paulo e recebeu R$ 250 mil do empresário.

No entanto, a maioria das doações feitas por ele (14) foi para candidatos do Novo, como o deputado federal Marcel Van Hattem (RS) e o vereador paulistano Fernando Holiday, que tenta uma cadeira na Câmara.

Salim Mattar aparece na 190ª posição na lista de bilionários brasileiros da Forbes do ano passado, com patrimônio estimado em R$ 2,42 bilhões.

Heitor Vanderlei Linden

Sócio da Beira-Rio, Linden fez uma única e generosa doação para Roberto Argenta (PSC), candidato ao governo do Rio Grande do Sul, e proprietário da indústria de calçados.

Linden doou R$ 2 milhões para o sócio, o que o coloca na vice-liderança do ranking nacional de doações.

Alexandre Grendene, que também é empresário do ramo de calçados, doou R$ 1,1 milhão para a campanha de Argenta, e ficou na 4ª posição. Segundo a Forbes, ele tem patrimônio estimado em R$ 10 bilhões, ocupando a 51ª posição da lista.

Apesar dos recursos milionários, o empresário figura com apenas 2% das intenções de votos na pesquisa Ipec mais recente realizada no estado.

Armínio Fraga

O ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Gávea Investimentos aparece na terceira colocação, tendo doado R$ 1,3 milhão para 21 candidatos.

O maior repasse, de R$ 200 mil, foi feito para Marcelo Freixo (PSB), candidato a governador do Rio de Janeiro.

Tabata Amaral (PSB-SP), que concorre à reeleição na Câmara, e Alessandro Molon, que tenta uma cadeira no Senado (PSB-RJ), ganharam R$ 100 mil cada um, assim como Felipe Rigoni (União-ES) e José Mendonça Bezerra Filho (União-PE).

Na lista também há candidatos do PSD, MDB, PSOL, Novo e Cidadania.

Ricardo Minatto Brandão

O presidente do conselho da Brametal, de fabricação de estruturas metálicas, destinou R$ 1 milhão para o governador de Santa Catarina, Carlos Moises (Republicanos), que busca a reeleição. Esta foi a única doação feita pelo empresário até o momento.

Quem mais está na lista? Abílio Diniz, 17ª pessoa mais rica do Brasil segundo a Forbes, com fortuna estimada em R$ 15,6 bilhões, doou R$ 280 mil a campanhas até o momento e aparece em 32º lugar na lista do TSE.

O empresário destinou R$ 200 mil para a campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo e R$ 80 mil para o deputado estadual Frederico D´Avila (PL-SP), que busca a Câmara dos Deputados. O parlamentar é irmão do cientista político Luiz Felipe D'Avila, candidato à Presidência pelo Novo e genro de Diniz.

Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza e a única brasileira na lista das mulheres mais influentes do mundo, doou R$ 100 mil para a campanha de Tabata Amaral. É a única doação eleitoral da empresária até agora.

Ela aparece em 13º lugar no ranking da Forbes com fortuna estimada em R$ 23,5 bilhões.

Os irmãos Walther e João Moreira Salles, filhos do fundador do Unibanco, também estão na lista. Eles doaram, respectivamente, R$ 563 mil (para 8 candidatos) e R$ 325 mil (para 5 candidatos).

Apesar das quantias diferentes, ambos beneficiaram algumas campanhas em comum, como a de Douglas Belchior (PT-SP) à Câmara.

Walther e João aparecem na lista da Forbes em 27º lugar, com fortuna estimada em R$ 13,5 bilhões.

E Lula e Bolsonaro? Até agora, o candidato do PT, que lidera as pesquisas de intenção de voto, recebeu R$ 66,7 milhões vindos do partido e uma doação de pessoa física, no valor de R$ 300, segundo consta no site do TSE.

Em contato com o UOL na quarta-feira (24), a assessoria de Lula informou que o valor arrecadado até o momento era de R$ 169 mil, mas o valor ainda não havia sido atualizado na plataforma.

Já Bolsonaro, que aparece em segundo na corrida ao Planalto, recebeu R$ 5,1 milhões em doações, sendo R$ 5 milhões vindos do PL. Entre os doadores do chefe do Executivo, o maior aporte vem dos pecuaristas Ronaldo Venceslau Rodrigues da Cunha e Sergio Cardoso de Almeida Filho que doaram, respectivamente, R$ 60 mil e R$ 30 mil.

Ciro Gomes (PDT) recebeu uma única doação, de R$ 1.000. Já na página de Simone Tebet no TSE, consta que não há prestação de contas apresentadas à Justiça Eleitoral.