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Filhos de Bolsonaro terão que indenizar Jean Wyllys por vídeo de fake news

Eduardo e Carlos Bolsonaro terão de indenizar o ex-deputado Jean Wyllys - Divulgação/Câmara dos Deputados e Reprodução/Instagram
Eduardo e Carlos Bolsonaro terão de indenizar o ex-deputado Jean Wyllys Imagem: Divulgação/Câmara dos Deputados e Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

11/08/2022 15h51Atualizada em 11/08/2022 15h51

Em nova decisão do 5º Juizado Especial Cível do Rio, dois dos filhos de Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), foram condenados por compartilharem vídeo que ligava Jean Wyllys (PT) a Adélio Bispo, autor da facada no presidente em 2018. Ambos terão de pagar R$ 20 mil a Wyllys por indenização de danos morais.

A resolução, decidida na última semana, no dia 4, pelo juiz Juarez Fernandes Cardoso, determina que cada um dos réus, Carlos e Eduardo, deverão pagar a indenização, sob pena diária de R$ 10 mil, e "publicarem a presente decisão nas mesmas redes sociais utilizadas para realizar a publicação ora justada", afirma o processo.

Outra das diretrizes do processo, a exclusão das publicações de seus perfis nas redes sociais, já foi atendida pelos réus.

"As declarações dos Réus [publicação dos vídeos] veiculadas em suas redes sociais, que certamente são capazes de atingir um número incalculável de pessoas, exorbitaram o limite de mera opinião pessoal, sendo capazes de ferir a honra, e, até mesmo, colocar em risco a segurança do Autor", decidiu o juiz.

A ação foi iniciada em 2020, quando personalidades conectadas ao presidente Bolsonaro publicaram os mesmos vídeos que divulgavam suposta conexão entre o ex-deputado e Adélio Bispo - narrativa que vai contra o confirmado pela investigação, de que o agressor agiu sozinho nesse atentado.

"Os Réus realizaram publicações em suas redes sociais Facebook e Twitter, em que o associam ao crime de tentativa de homicídio do Presidente da República, durante a campanha eleitoral de 2018. Aduz que, mesmo tendo a Polícia Federal concluído dois inquéritos e, em ambos, ter chegado à conclusão de que Adélio Bispo agiu sozinho e sem mandantes", explica o processo.

Na época, Wyllys afirmou que esse processo fazia parte de sua luta "contra uma indústria de fake news" e acusou os que publicaram de "incendiar milícias digitais".

"Estou lutando contra uma indústria de fake news, contra o uso sistemático e premeditado de mentiras para difamar adversários, incendiar milícias digitais e desviar o foco dos escândalos governamentais e de seu projeto de poder autoritário", afirmou

O UOL entrou em contato com Carlos e Eduardo Bolsonaro, e com Jean Wyllys, em busca de posicionamentos. Em caso de manifestação, a nota será atualizada.